(foto de 1993, em uma das dezenas de travessias de balsa que fiz sobre o Rio Madeira, entre Rondônia e Acre)
PROTEÇÃO DIVINA!
É a explicação que encontro para descrever minha existência até o presente momento! Continuamente vejo na mídia, notícias de vidas humanas sendo ceifadas nas mais absurdas e violentas formas! Especificamente no trânsito. Estou hoje sem a companhia de amigos, clientes e colegas de trabalho, que se foram precocemente.
Fazendo uma reflexão dos anos em que exerço meu trabalho, nas viagens constantes no meu estado MT, e por mais de doze anos aos Estados de Rondônia e Acre. Fiz alguns cálculos da distância percorrida em todas as viagens em trabalho, férias, ano a ano, desde o ano de 1990 até hoje. Cheguei a um número impressionante! Mais de 1.000.000 (um milhão) de quilômetros rodados nesse período de dezoito anos, evidentemente, não foram com mesmo automóvel!
Nessas inúmeras viagens, vivenciei, presenciei diversas situações de risco e acidentes constatados! Mas sempre saí completamente ileso com meu veículo de todas elas.
Uma das situações inusitadas, foi quando em uma viagem com destino a cidade de Tangará da Serra aqui em Mato Grosso, no trajeto entre Barra do Bugres e Nova Olímpia, o mês não melembro exatamente, mas o ano era 1993, vi de longe a sinalização de um homem montado em um cavalo, com uma bandeira vermelha na mão a balançar constantemente, pra cima e pra baixo, procedimento comum de avisar aos condutores dos veículos que logo a frente tem boiada na estrada. Situação que a gente sempre se depara no interior desse imenso estado. Ocorreu que ao me aproximar da boiada, estavam todos correndo ao meu encontro, situação que os peões chamam de “estouro”, parei no acostamento e me sentei no meio do carro entre as duas poltronas, tamanha a minha apreensão diante do alvorosso, era impossível enumerar a quantidade de animais vindos ao meu encontro! Vi diversos deles batendo na frente no meu carro e eu dentro do mesmo sentindo as pancadas, receando que alguns subissem no capô e quebrasse o pára-brisa e vindo a me machucar lá dentro! (conversando com um dos meus clientes posteriormente, ele me informara que era conduzido naquele lugar uma quantia de 1.200 animais). Após aquele tumulto, saí do lugar desci do carro e fui conferir os danos causados: Um farol, uma lanterna sinalizadora esquerda, as duas polainas laterais quebradas e alguns amassados nos pára-lamas dianteiros. O carro era um Passat Ls, ano 1979, de côr bege, modelo já extinto da fabricante Volkwagen do Brasil. Rodei com esse veículo mais de 260.000 (duzentos e sessentas mil) revendi o mesmo e relatei todos os defeitos e as virtudes ao novo proprietário, especialmente a do seu pequeno motor AP 1.6, que me proporcionou a mais completa confiança na mecânica dessa maquina, pois nunca me decepcionou. Esse foi o incidente mais grave que sofri em perdas materiais com o mesmo e em todas as outras minhas viagens que se seguiram até hoje.
Poderia descrever inúmeras outras situações de muito risco também, todas elas com graves riscos que ficaram somente no “quase...”, mas vou aqui relatar um em especial, que me emociona e me trazem algumas lágrimas até hoje, sempre que me lembro ou mesmo quando passo pelo mesmo lugar do ocorrido.
Durante uma viagem de retorno da cidade de Sinop com destino a Cuiabá, cidade que dista 500km (quinhentos) na região norte de Mato Grosso, estava viajando naquele horário do dia em que a luz do sol está indo embora, e a noite ainda não chegou, momento chamado de lusco-fusco, a visão ao dirigir fica bastante comprometida. Já tinha percorrido aproximadamente 435km’s (quatrocentos e vinte) quilômetros, ininterruptos, na mesma rodovia.
Depois de uns quinze quilômetros da cidadezinha chamada de Jangada. Ocorreu o que eu considero de milagre, na minha vida.
Era uma época de colheita da soja e a rodovia estava lotada com o transitar nos dois sentidos, de carretas (caminhões) transportando a safra para a região sul do estado, em vários momentos durante a viagem, pude constatar motoristas desses caminhões, cometendo ultrapassagens absurdamente arriscadas, pouco se importando com os veículos menores à sua frente, ávidos por fazer mais viagens em menos tempo, pois na sua grande maioria eles têm seus rendimentos em comissões sobre o valor do frete realizado. Naquele lugar ocorre a junção identificada como BR 163/364, no trajeto onde finalizava uma longa, mas leve subida, no topo desse lugar, deparei-me de frente com dois caminhões vindo ao meu encontro. A pista de rolamento estava precariamente conservada, não existia acostamento nas laterais da rodovia, onde caibia um veículo pequeno sem que parte ou a metade do mesmo fique na pista e mesmo assim, por sobre tantas camadas de asfalto sobrepostas, existia degrau de aproximadamente vinte centímetros pista afora, ao longo da rodovia. Imediatamente, sem pensar nas conseqüências, pra não colidir de frente com os mesmos, dei uma guinada pra direita no volante e falei em voz alta, “meu Deus me socorre!”, foi fração de segundo, senti um turbilhão de vento passar ao lado do meu carro, e uma força inexplicável como que a conduzir no meu trajeto, passamos os três no mesmo lugar, segundos depois voltei à pista de rolamento no mesmo sentido de antes, com a mesma calma que tinha saído dela. Após uns cinco minutos comecei a tremular todos os nervos do meu corpo, tentando entender como estava livre! Como tinha saído ileso daquela situação!
Agradeci ao meu Criador por estar livre e salvo.
Alguns dias depois voltando a viajar no mesmo trajeto, bem cedo no dia, agora em viagem à cidade de Tangará da Serra, que fica no sentido oeste, mas que se têm de passar por aquele lugar, ao parar em segurança, constatei que no local onde ocorreu aquele risco de colisão, existia nuns cem metros, uma extensão de acostamento muito bem cuidada, sem degrau na pista, fiquei pensando “não é entrada de fazenda nem lugar para descanso?”, mas tão somente naquele lugar, uma faixa com espaço suficiente pra estacionar em fila, com segurança alguns veículos! Como entender, que em uma rodovia completamente danificada, somente naquele lugar em que escapei de colidir de frente com os caminhões e de sair ribanceira abaixo, existia aquele lugar seguro?
Como entender tudo isso?
Posso atribuir única e tão somente ao meu Criador a providência de tamanha façanha!
Alguns dias atrás, brincando de carrinho com meu filhinho, fiz uma simulação do ocorrido comigo como relatei anteriormente, e recobrei minha convicção, de que a segurança com que aconteceu tal situação foi unicamente pela mão do meu anjo da guarda, que estava me acompanhando por toda minha viagem, quando naquele instante teve que manifestar sua operação! Agora neste instante está vindo à minha memória um texto bíblico relatado no livro do Profeta Isaias 43, versos de 1 a 3, que diz assim: “ ...não tenha medo, pois eu o salvarei: eu o chamei pelo seu nome, e você é meu. Quando você atravessar águas profundas, eu estarei ao seu lado, e você não se afogará. Quando passar pelo meio do fogo, as chamas não te queimarão. Pois eu sou o Senhor, seu Deus".
Seguramente posso parafrasear esse texto assim também: "...quando você estiver em viagem e se deparar em risco iminente de acidente, não tenha medo, Eu te conheço, você é Meu, Eu te livro de todo perigo, pois sou o seu Deus".
Sei que minha existência aqui neste mundo, não é perpétua, um dia meu fôlego de vida vai se extinguir. Mas enquanto isso não ocorre, tenho um único pedido a fazer ao meu pai do Céu: Dê-me o privilégio de visualizar com os meus olhos e de pé, ao lado de minha esposa e meus filhos, o dia do Seu maravilhoso retorno!
Meu completo agradecimento ao meu Pai do Céu! MEU DEUS.
Izaias Teixeira Corrêa