terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O ALIMENTO DOS LUCROS

Matéria veiculada no programa de TV "Pequenas Empresas Grandes Negócios" em 19.01.2010.

Consumo de comida kasher também por não judeus em busca de produtos saudáveis dinamiza certificadoras

Por Elisa Corrêa
A dieta dos judeus ortodoxos é cheia de restrições. Carne e laticínios nunca estão juntos na mesma refeição, carne de porco e animais marinhos que se alimentam de detritos (como camarão, polvo e lula) são proibidos. Animais considerados puros e próprios para o consumo não podem sofrer antes de morrer e, depois de abatidos, devem ter o sangue drenado. Limitações que são oportunidades para empresas que produzem alimentos kasher (ou kosher), preparados de acordo com o livro sagrado dos judeus, a Torá.

“Os produtos kasher são procurados por judeus ortodoxos e também por adventistas, vegetarianos, pessoas com intolerância à lactose e muçulmanos. Além de atrair judeus não religiosos e o público que associa o selo kasher à higiene e rigor na qualidade”

EZRA DAYAN, diretor da BDK
O selo kasher é concedido por certificadoras que analisam e autorizam produtos para o consumo da comunidade judaica. “Verificamos os insumos e a cadeia produtiva. Às vezes, a empresa precisa mudar o fornecedor de um ingrediente ou alterar alguma etapa da limpeza”, diz o rabino Ezra Dayan, diretor da certificadora BDK. O processo leva de um a dois meses. “Primeiro entregamos ao empresário um formulário, com questões sobre a produção. A seguir visitamos a fábrica e pesquisamos a origem das matérias-primas”. O produto aprovado recebe o selo kasher, válido por um ano, e a certificadora faz visitas periódicas para saber se a empresa continua respeitando as normas.


Em cinco anos de existência, a BDK certificou mais de dois mil produtos. “Geralmente quem nos procura quer exportar. Para as pequenas empresas, os consumidores judeus podem representar um aumento significativo nas vendas”, diz o rabino. Nos Estados Unidos, as vendas de produtos certificados atingiram US$ 12,5 bilhões em 2008, 64% acima do total de 2003. As compras motivadas pela religião são 14% do total e o restante escolhe alimentos kasher por considerá-los mais saudáveis.


Ana Manoel Gonçalves não é judia, mas desde 1972 é proprietária da Casa Zilana, um empório que é referência para os judeus de São Paulo. “Minhas clientes chegam aqui e contam que os filhos estão seguindo a religião e só querem comer kasher. Elas passam a comprar produtos certificados para que os filhos continuem comendo em casa”, afirma Ana. As prateleiras da Casa Zilana estão cheias de vinhos, sopas e gelatinas, pães e biscoitos, molho de tomate e até produtos para feijoada certificados. Todos mais caros que os convencionais. O queijo minas kasher sai por R$ 24,50 o quilo, enquanto o normal varia de R$ 12,98 a R$ 17. Um pote de 110 gramas de iogurte certificado custa R$ 1,80 contra R$ 1,20 do comum, de 200 gramas. “Meus clientes são 90% judeus e, desses, 40% seguem a dieta kasher e só compram com o selo”, afirma Ana, que no último Pessach, a Páscoa judaica, vendeu oito mil quilos de matzá, o pão ázimo. “Todo ano as vendas crescem um pouco, é um mercado em expansão”.

O consumidor está se "ligando" à alimentação saudável instituída por Deus na Bíblia Sagrada! ou "Torá" como queira.

Tudo que provém Deus é perfeito, e Ele não muda.

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