Periodicamente observo em minha esposa uma preocupação constante, especialmente ao se olhar no espelho, entrelaçar os dedos nos cabelos, e comentar comigo “preciso arrumar meu cabelo, agora vou pintar na cor que quero”. Vou contar aqui um segredo: Quase todas as vezes que ela me acompanha às compras, é certa uma parada bem demorada na gôndola de produtos para beleza, especificamente na de corante capilar (tintas mesmo). Essa preocupação toda em colorir os cabelos é pra esconder alguns com a cor de prata que crescem e teimam em aparecer mais que os outros fios.
O curioso disso é que dificilmente ela fica satisfeita com o resultado das “pinceladas” neles! Ela tem sempre um projeto de outra cor pra próxima investida! Pessoalmente fico admirando e tentando compreender as suas atitudes e em determinados momentos, respeitosamente achando graça de sua insatisfação. Admiro e amo-A não somente pela exteriorização de sua beleza, mas pelas cores que brilham em seu interior!
Há muito tempo, uma vez ouvi uma historinha, que minha mama me contou sobre um garotinho que pergunta pra sua mamãe: “Por que a Senhora tem esses fios brancos misturados com os pretos em sua cabeça? E ela responde: São marcas da vida e das preocupações que você me deu até agora! Ele ouve, demora um pouco e responde a mãe com outra interrogação – mamãe?! então o quê foi que Senhora fez tanto pra vovó? A cabeça dela tá toda branquinha?!!...”
Recentemente em viagem pra rever familiares, contemplei carinhosamente a fisionomia das minhas tias e tios que não encontrava já fazia muito tempo, todos com as mesmas características, juntamente com minha mãe, tia Lúcia, tia Solange, tia Eliza, tio Arthur e tio Enos, “muito cabelo branco”, um em especial, o tio Edson, com poucos e todos brancos.
Ocasionalmente ao freqüentar os shoppings, vejo garotada com um destaque exótico na cabeça. São pintura em cores berrantes como vermelho azul ou até mesmo verde, bem como alguns idosos camuflando a cabeça, mas com as raízes denunciando a originalidade de sua cor.
Pessoalmente não fiz e não faria qualquer mudança nas cores que a natureza criou ou venha determinar, pois mudando essa ordem natural, estaria também incorrendo na transgressão do Nono Mandamento da Lei de Deus como escrito: Não mentir.
Respeito à postura contrária, mas certo estou que, mais grave e dramático que aos outros, é produzir pra si e conviver com mentira diuturnamente!
Brincadeiras e opiniões à parte, quando vejo uma pessoa com o “telhado” todo branquinho, ou com aqueles poucos fios escuros tímidos e escondidos, minha admiração por elas é pertinente, pois em todas as manhãs ao me olhar no espelho, contemplo orgulhoso os meus fios prateados que crescem e aparecerem nas têmporas, especialmente ao corrigir meus cabelos com o pente! Olho-me nos olhos firmemente e agradecido à DEUS, repito mentalmente: “ Pai grato sou a Ti, por me conservar forte e com vida até aqui! Tu Conhece quantos e cada um deles! O branco deles aqui, é a confirmação das inúmeras bênçãos que recebi de Ti. Quantas vezes Estendeste SUA PROTETORA MÃO sobre minha cabeça, me salvando em todas as oportunidades de que me lembro e muito mais nas que sequer percebi o risco!”.
OBRIGADO MEU DEUS!
OBRIGADO MEU DEUS!
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